terça-feira, 9 de março de 2010

Igreja de São Roque

Capela de São João Baptista






Interessado em apresentar, através de um plano cultural,a imagem de um Estado renovado e requintado, que em nada ficava atrás das principais potências europeias da época, D. João V (1705-1750) promoveu um vasto programa de encomendas para grandiosos projectos arquitectónicos e obras de arte, entre os quais a Capela de São João Baptista. A sua construção teve lugar em Roma, entre 1742 e 1747, obedecendo a um rigoroso programa arquitectónico e estético que incluía, além da capela, projectada por Luigi Vanvitelli e Nicola Salvi, peças de culto e ornamentais. A corte portuguesa seguiu de perto, através de Ludovice, ourives e arquitecto natural de Hohenhart (Alemanha), a elaboração do projecto. Transportada para Portugal em três naus e assente na Igreja de São Roque, no local da antiga Capela do Espírito Santo, a Capela de São João Baptista foi inaugurada em 1752, já no reinado de D. José I (1750-1777). Tendo em conta a extrema qualidade inventiva, o valor material e o rigor técnico patente nas peças que integram a colecção da Capela de São João Baptista, esta constitui um núcleo autónomo do Museu, ainda que pertença ao período de vivência jesuítica no espaço da Igreja e Casa Professa de São Roque.

IGREJA DE SÃO ROQUE - LISBOA



Fachada da Igreja de São Roque, em Lisboa
Fachada da Igreja de São Roque, em Lisboa

A Igreja de São Roque é uma igreja católica em Lisboa, dedicada a São Roque e mandada edificar no final do século XVI com colaboração de Afonso Álvares e Bartolomeu Álvares. Pertenceu à Companhia de Jesus, sendo a sua primeira igreja em Portugal, e uma das primeiras igrejas jesuítas em todo o mundo. Foi a igreja principal da Companhia em Portugal durante mais de 200 anos, antes de os Jesuítas terem sido expulsos do país no século XVIII. A igreja de São Roque foi um dos raros edifícios em Lisboa a sobreviver ao Terramoto de 1755 relativamente incólume. Tanto a igreja como a residência auxiliar foram cedidas à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para substituir os seus edifícios e igreja destruídos no sismo. Continua a fazer parte da Santa Casa hoje em dia.
Aquando da sua construção no século XVI, foi a primeira igreja jesuíta a ser desenhada no estilo "igreja-auditório", especificamente para pregação. Tem diversas capelas, sobretudo no estilo barroco do século XVII inicial, sendo a mais notável a de São João Batista, do século XVIII, projeto inicial de Nicola Salvi e Luigi Vanvitelli, depois alterado com a intervenção do arquitecto mor João Frederico Ludovice, como se pode verificar pela correspondência entre Ludovice e Vanvitelli, publicada por Sousa Viterbo e R. Vicente de Almeida em 1900. Ludovice enviou uma série de desenhos para Itália com as alterações impostas, uma vez que Vanvitelli se recusara a alterar o projecto inicial. Foi encomendada em Itália por D. João V em 1742. Chegou a Lisboa em 1747 e só ficou assente em 1749. É uma obra-prima da arte italiana, única no mundo, constituída por quadros de mosaico executados por Mattia Moretti, sobre cartões de Masucci, representando o Baptismo de Cristo, o Pentecostes e a Anunciação. Suspenso da abóbada, de caixotões de jaspe moldurados de bronze, é de admirar um lampadário de excelente execução da ourivesaria italiana, enquadrado por um admirável conjunto de estátuas de mármore. Supõe-se que à época tenha sido a mais cara capela da Europa.
A fachada, simples e austera, segue os cânones impostos então pela igreja reformada. Em contraste, o interior é enriquecido por talha dourada, pinturas e azulejos e constituiu um importante museu de artes decorativas maneiristas e barrocas. Tem azulejos dos séculos XVI e XVII, assinados por Francisco de Matos.
O teto, com pintura de interessante simbologia apresenta caixotões. A talha, maneirista e barroca, é rica e variada, com retábulos de altares e emoldura pinturas. Há mármores coloridos embrechados à italiana e um boa coleção de alfaias litúrgicas.
Ao lado do edifício, no Largo Trindade Coelho, está o Museu de Arte Sacra de São Roque, que tem compartimentos ligados com a igreja.

Decoração









Interior do templo, e altar-mor ao fundo
                                                                           


A decoração da Igreja de São Roque é o resultado de diversas fases de atividade ao longo dos séculos XVII e XVIII, refletindo os ideais tanto da Sociedade de Jesus ou, como no caso das capelas, das respetivas irmandades ou fraternidades. Nasceu como consequência da Contrarreforma, e reflete os esforços da Igreja Católica em capturar a atenção dos fiéis. A decoração geral passou pelos estilos maneirista (capelas de São Francisco Xavier, da Sagrada Família, da chancelaria); do Barroco inicial (capela do Santíssimo); do Barroco tardio (capelas de Nossa Senhora da Doutrina e de Nossa Senhora da Piedade); e Barroco romano da década de 1740 (capela de São João Batista). As renovações no século XIX incluíram a construção da galeria do coro sobre a entrada principal, onde foi instalado o órgão; a renovação da capela do Santíssimo e o gradeamento; e a substituição das portas de entrada.


                                Medalhão no tecto

Diversas partes da igreja (p.ex., as paredes sob a galeria do coro e o transepto) sao decoradas com azulejos “ponta de diamante” no estilo de Triana, bairro de Sevilha, e a tradição data-os em 1596. No resto, a decoração inclui elementos botânicos, volutas, putti, símbolos da Paixão de Cristo, e o monograma da Sociedade de Jesus) (“IHS”).[1] Nos nichos sobre os dois púlpitos há estátuas de mármore branco dos quatro Evangelistas. No piso superior da nave está um conjunto de pinturas a óleo com cenas da vida de Inácio de Loyola (c. 1491-1556), fundador da Ordem Jesuíta, atribuído a Domingos da Cunha, o Cabrinha, um pintor jesuíta do início do século XVII.

in Wikipedia.


A NOVA ARCA DE NOÉ









A "Arca de Huibers", quase pronta,
chama a atenção no pequeno 
ancoradouro da cidade de Schagen
 - Holanda. 







Johan Huibers, holandês, 47 anos (2006), morador de Schagen, 40 quilómetros a norte de Amsterdam, Holanda, resolveu construir uma réplica da Arca de Noé. Cristão devoto, Huibers acredita que a reconstrução da Arca é uma forma de fortalecer e renovar o interesse pelo cristianismo nos países escandinavos chamando a atenção para a verdade histórica contida na Bíblia.

Observando as proporções da Arca descritas no Antigo Testamento, a "Nova Arca" do holandês mede 13,5 metros de altura, 9,5 m de largura e 70 m de comprimento, correspondendo a um quinto do tamanho da nave original. Os trabalhos começaram em dezembro de 2005; agora, em abril de 2006, a obra já se destaca na paisagem com sua forma bem definida, atraindo os olhares dos curiosos moradores de Schagen além de repórteres de todo mundo interessados em noticiar o projecto.

Na Bíblia, Noé construíu a Arca por determinação e conforme a vontade de Deus, que lhe revelou a iminência de um Dilúvio que aniquilaria toda a vida na Terra exterminando uma humanidade perversa. Noé também foi instruído a recolher na Arca casais de todas as espécies de seres vivos; sementes, herança da flora e da fauna, que povoariam o planeta depois da catástrofe. Também neste aspecto Johan Huibers segue o texto bíblico ainda que modestamente.

Cavalos, ovelhas, pássaros e coelhos são alguns dos animais que habitarão a Arca que vai funcionar como uma combinação de monumento religioso, museu e zoológico de animais domésticos além de alguns bichos exóticos. Com lançamento previsto para Setembro (2006), aportando nas grandes cidades nórdicas situadas no litoral dos mares interiores da Escandinávia, a "Arca de Huibers" será aberta ao público e o preço dos ingressos já está definido: 2,40 dólares para crianças e 3,60 dólares para adultos.

O roteiro das visitas inclui, além da visitação aos animais, lanches, drinks e impressos religiosos. A nave tem três pavimentos: os animais ocuparão o segundo nível enquanto o primeiro e o terceiro serão destinados aos serviços que serão oferecidos aos visitantes. As recentes notícias de aquecimento global, degelo acelerado no pólo norte e consequente elevação do nível dos oceanos, conferem um interesse especial ao projeto.

Apesar disso, o próprio Huibers descarta a possibilidade de um novo Dilúvio, lembrando a promessa de Deus a Noé, a Aliança do Arco Irir, segundo a qual, nunca mais o criador ergueria sua mão para destruir suas criaturas. Feita de cedro americano e pinho norueguês, a barca deve consumir, até sua conclusão, um milhão e duzentos mil dólares. Para tocar os trabalhos, o holandês contou com a ajuda do filho, Roy, 17 anos, e vários amigos que prestaram assessoria especializada em construção naval.






                     Johan Huibers, 47 anos, trabalha no interior da Nova Arca de Noé: realização de sonho
                   e acto de devoção.





           Huibers com seu filho Roy, de 17 anos, um dos colaboradores do projeto; vários simpatizantes 

          que cuidam dos detalhes técnicos da obra. 

ANTIGA ARCA DE NOÉ NA MIRA DA CIÊNCIA
satélite localiza estranha formação no Monte Ararat
A imagem que o satélite Digital-Globe obteve da formação anomala no monte Ararat - Turquia. Outras imagens do local têm sido registradas por outros satélites e os pesquisadores empenham-se na análise detalhada de forma e dimensões.

Em Março de 2006, foi divulgada, uma imagem capturada pelo Digital-Globe satélite mostrou uma estranha formação em dos lados do monte Ararat, localizado na Turquia. Trata-se de um desvio da superfície da montanha cuja natureza, ainda não identificada, tanto pode ser um capricho geológico como uma estrutura feita por mãos humanas que jaz oculta no subsolo, soterrada por milênios de depósitos sedimentares.

A estranha formação rochosa encontra-se a quinze mil e trezentos metros de altura a noroeste do Ararat numa região coberta de gelo. Alguns estudiosos da arqueologia bíblica que estudaram as imagens acreditam que a anomalia geológica pode ser o resultado de camadas milenares de terra depositadas sobre um antigo símbolo teológico: a Arca de Noé. As dimensões do "objeto" correspondem às proporções da Arca descritas no livro do Gênesis.

A formação do Ararat já tinha sido observada há mais de uma década pelo professor Porcher Taylor, da University of Richmond, Virgínia - EUA. Agora, com a ajuda das imagens de satélite, Porcher tem a chance de confirmar suas suspeitas de que a Arca de Noé, há tempos procurada
por arqueólogos, encontra-se no Monte Ararat exatamente como está relatado no texto bíblico.

As regiões mais importantes do Monte Ararat, na Turquia

Vista do monte Ararat: cume sempre coberto de neve

O monte Ararat, localizado na Turquia, próximo às fronteiras com a Arménia e o Irão é conhecido por muitos nomes; Armenian Masis; Turkish Büyük ou Agri Dagi; Persian Koh-i-nuh. A montanha, completamente isolada, compreende duas regiões: O Grande Ararat, com cinco mil cento e vinte dois metros de altura e o Pequeno Ararat, com três mil novecentos e quatorze metros. Acima dos quatro mil metros, no topo, o solo é coberto de "neves eternas". No texto bíblico, depois do Dilúvio, quando as águas baixaram, a Arca estava fincada no Monte Ararat cuja configuração geológica foi modificada por um forte terremoto, em Julho de 1840, que soterrou um vilarejo e o mosteiro de Saint Jacob.




sábado, 6 de março de 2010

DAMA DE ELCHE - UM BELO ENIGMA IBÉRICO


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A Dama de Elche - Busto de mulher, encontrado, por acaso, em Elche, província de Alicante (Espanha), perto do mar. No local têm aparecido objectos de quase todas as épocas.
Com 56 cm. de altura, lavrado em calcáreo, é um dos monumentos escultóricos mais notáveis de origem peninsular.
Deverá datar do século IV ou V a.C.
Está presentemente no Museu Arqueológico de Espanha, em Madrid.
O busto foi originalmente colorido (ver, abaixo, um desenho de Francisco Vives com uma hipótese das cores iniciais).
Acha-se em bom estado de conservação.
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O seu significado e origem permanecem misteriosos.
Não há dúvida ter sido o seu autor ou grego ou indígena helenizado, tal a perfeição das feições e dos ornatos que exibe, não só no alto da cabeça (tiara) como aos lados, onde aparecem umas caixas circulares para nelas serem metidos os cabelos, depois de enrolados.
Apresenta ainda um diadema na fronte, colares ao pescoço e uma mantilha nos ombros.
A peça tem um largo orifício atrás, onde, de resto, a escultura é menos cuidada.
Seria, talvez, uma peça funerária, modelada sobre a face da defunta - e que guardaria na cavidade praticada no busto a sua urna cinerária ou objectos sagrados? Seria uma divindade? Jamais haverá uma resposta definitiva.

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(Texto adaptado de Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura e de Wikipédia).

1923 - RIO DE JANEIRO - OUTROS TEMPOS, OUTRAS MODAS


1932 - CARDIFF - PENTEADOS DE OUTROS TEMPOS

ALGUÉM SE LEMBRA? 1966, ROBERTO CARLOS NO INÍCIO DA SUA CARREIRA

video

O LIMOEIRO ONTEM E HOJE


Aspecto da prisão do Limoeiro (hoje CEJ = Centro de Estudos Judiciários) no tempo em que Bocage lá esteve preso.



Centro de Estudos Judiciários


É longa e rica a história do local onde se situa, actualmente, o Centro de Estudos Judiciários.
Sabe-se que nesse lugar existiu um paço que terá servido de residência real desde o tempo de D. Afonso III.
Esse edifício teve, ao longo da história - por vezes, em simultâneo - várias denominações.
Foi "Paços de a-par-de S. Martinho" por se situar em frente da igreja paroquial que tinha como orago o referido santo, tida por uma das mais antigas de Lisboa. O Paço e o templo estavam ligados por um arco ou passadiço.
Foi "Paço dos Infantes", tendo sido aventado que essa denominação derivou de nele terem habitado os filhos de D. João I. Júlio de Castilho, ilustre olisipógrafo, sustentou ser outra a origem da denominação, defendendo que os Infantes que deram nome ao paço devem ser os filhos do Rei D. Pedro I e de D. Inês de Castro, os célebres D. João e D. Dinis. Esta tese encontra arrimo no cronista Fernão Lopes que, referindo-se a factos do tempo do Rei D. Fernando, diz que o soberano "pousava estomçe nos paaços que chamavom dos Iffantes, que som açerca dessa egreija". A ser verdade, como parece resultar do texto do cronista, que já no reinado de D. Fernando o paço era conhecido como "dos Infantes", esta denominação não poderia referir-se aos filhos do Mestre de Avis e de D. Filipa da Lencastre.
Outra denominação foi a de "Paços da Moeda". É sabido que a oficina dos moedeiros, no tempo de D. Dinis, funcionava no Campo da Pedreira, noBairro de Alfama, junto às casas da Universidade. Com a transferência para Coimbra, no ano de 1308, do Generale Studium, os moedeiros ficaram a ocupar-lhe o lugar. Regressada a Universidade a Lisboa, em 1338, a oficina de fabrico de moeda foi instalada nos "Paços de a-par-de S. Martinho – em parte deles ou em edifício contíguo -, o que originou a nova denominação "da Moeda".
Presumindo-se que os moedeiros estiveram instalados nos Paços entre 1338 e pelo menos 1354, admite-se ter sido esse o local de realização das Cortes de 1352, cujos capítulos gerais atestam que a assembleia teve lugar "nos moedeijros".
O Rei D. Pedro I, nas suas deslocações à cidade de Lisboa, pousava nos Paços a-par de S. Martinho, preferindo-os aos da Alcáçova.
O sucessor de D. Pedro revelou idêntica predilecção, tendo o referido Paço Real servido de residência a D. Fernando e D. Leonor Teles.
Durante a crise de 1383-1385, o Paço Real de a-par-de S. Martinho foi o cenário de acontecimentos dramáticos, narrados magistralmente pelo cronista Fernão Lopes.
Referimo-nos à tarde de 6 de Dezembro de 1383 e ao assassínio de João Fernandes Andeiro, conde de Ourém, às mãos de D. João, Mestre de Avis, e de Rui Pereira, que teve lugar no referido paço, numa sala contígua à câmara régia. Seguiu-se um verdadeiro tumulto na cidade de Lisboa, orquestrado pelos partidários do futuro D. João I, pelo que, só na calada da noite e em segredo, a Rainha D. Leonor Teles mandou sepultar, na Igreja de S. Martinho, o corpo do conde assassinado.
O novo monarca utilizou o paço como residência durante algum tempo, enquanto não acabavam as obras que mandara realizar nos Paços da Alcáçova. No entanto, no início do século XV, o local já ganhara mais uma denominação: a de "Paços do Infante herdeiro", por ser local de residência do infante D. Duarte.
Por essa altura, numa parte das dependências do paço, estavam instaladas as Comendadeiras do Mosteiro de Santos-o-Velho, de que era superiora Inês Pires (ou Peres), de quem D. João I tivera, fruto de amores juvenis, dois filhos: D. Beatriz de Portugal e D. Afonso, que veio a ser conde de Barcelos e 1º duque de Bragança.
Há notícia de que, em meados do século XV, residiram neste paço as irmãs de D. Afonso V – uma delas a infanta D. Leonor, futura imperatriz da Alemanha pelo seu casamento com Frederico III.
No tempo de D. João II, o Paço de S. Martinho, sede do Desembargo do Paço, já funcionava como cadeia e ganhara um novo nome: Paço do Limoeiro ou, mais simplesmente, Limoeiro, em alusão a uma árvore que existia – supõe-se - no local e caracterizava o sítio.
D. Manuel I empreendeu importantes obras no paço. Conta Damião de Góis, referindo-se ao monarca: "Fez de novo em Lisboa junto da igreja de São Martinho os Paços da Casa da Suplicação e do Cível, e cadeia do Limoeiro, obra muito magnífica, e sumptuosa, onde dantes fora a casa da moeda (...)."
Foi assim, com esta dupla função de cárcere (em baixo) e de Tribunal (nos pisos superiores), que o Limoeiro se manteve até ao século XVIII.
Ao Limoeiro eram conduzidos todos os condenados ao degredo nos territórios ultramarinos, a fim de aguardarem nas suas enxovias o dia do embarque.
Saliente-se que no Limoeiro existiam duas cadeias: a Cadeia da Cidade e a Cadeia da Corte, que eram distintas.
No tempo de D. João V, o Limoeiro recebeu beneficiações.
No fatídico dia 1 de Novembro de 1755, a terra tremeu violentamente em Lisboa. O grande terramoto semeou destruição e morte. O Limoeiro ficou seriamente danificado, produzindo-se a derrocada total da Cadeia da Cidade e parcial da Cadeia da Corte, havendo notícia de que os presos puseram-se todos em fuga. Apesar da severidade dos danos, o prior da paróquia de S. Martinho, respondendo ao inquérito efectuado, em 1758, aos diversos párocos da cidade, indicou terem morrido na área da sua paróquia, vitimadas pelo terramoto, apenas trinta pessoas. Na mesma resposta, o prior informa que a Cadeia da Corte já estava, ao tempo, reabilitada.
Do edifício do Limoeiro foram retirados os tribunais da Casa da Suplicação, transferidos para as casas históricas dos condes de Almada, junto ao Rossio.
No século XIX, pensou-se, segundo Júlio de Castilho, "na edificação de uma boa cadeia pública, segundo as normas da higiene, e as prescrições da boa polícia moderna".
Realizadas as obras, o edifício ficou, a partir daí, com uma configuração exterior já próxima da actual. Do magnifico paço medieval, coroado de torres e coruchéus, de que nos falam algumas crónicas e estampas antigas, só restou a memória histórica e a evocação romântica de Herculano no seu Monge de Cister.
O poeta Pedro Correia Garção (em 1771), o poeta Barbosa du Bocage (1797), o pintor Domingos Sequeira (1808) e o escritor Almeida Garrett (1827) foram algumas das personalidades de vulto que conheceram os cárceres do Limoeiro. Também Hipólito da Costa, fundador, em 1808, do Correio Brasiliense (ou Armazém Literário), primeiro órgão da imprensa brasileira (ainda que publicado no exterior), foi um dos infortunados que passaram pela célebre prisão.
É negro o quadro traçado por Oliveira Martins, reportando-se ao Limoeiro no tempo do terror miguelista: "Os homens eram amontoados, empurrados a pau para a sociedade dos assassinos, nessas salas imundas, habitação de misérias informais. Davam-lhes sovas de cacete miguelista, e por dia um quarto de pão e caldo, onde flutuava, raro, alguma erva" (Portugal Contemporâneo).
Nos finais do século XIX e inícios do século XX, multiplicaram-se as críticas ao funcionamento da cadeia do Limoeiro, referida por Francisco de Melo e Noronha como "a escola repugnante de todos os vícios, a nódoa immunda que envergonha a nossa capital aos olhos dos estrangeiros (...)".
Atingido por diversos incêndios, como os de 1918 e de 16 de Maio de 1933, as obras de reconstrução e remodelação do edifício prolongaram-se pela década de 1940.
A cadeia ainda se manteve em funcionamento durante breves meses, após 25 de Abril de 1974. Em Julho desse ano, com a transferência dos presos que aí se encontravam para outro estabelecimento prisional, encerrou-se um longo capítulo da história do Limoeiro.
Tendo acolhido, transitoriamente, alguns portugueses retornados das antigas colónias africanas, as instalações do Limoeiro estiveram durante alguns anos desocupadas, até que, em Dezembro de 1979, foram atribuídas ao Centro de Estudos Judiciários.
Iniciou-se, então, uma nova história.
O Centro de Estudos Judiciários (CEJ) é o estabelecimento dotado de personalidade jurídica e de autonomia administrativa, sob tutela do Ministro da Justiça, responsável pela formação profissional de magistrados judiciais e do Ministério Público e de assessores dos tribunais.
São órgãos do CEJ: o director, o conselho de gestão, o conselho pedagógico, o conselho de disciplina e o conselho administrativo.
O conselho de gestão do CEJ é presidido pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
O director do CEJ é nomeado por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do Ministro da Justiça de entre magistrados, professores universitários ou advogados, ouvido o conselho de gestão, em regime de comissão de serviço, por períodos renováveis de três anos. O director preside ao conselho pedagógico, ao conselho de disciplina e ao conselho administrativo.

Castelo de S. Jorge e Exposição do Mundo Português


Sabia que as muralhas que vemos do Castelo de S. Jorge não têm nada de medieval?
Trata-se de uma construção inserida no plano de renovação urbana da zona ocidental de Lisboa, para a Exposição do Mundo Português.
A exposição foi montada numa vasta área junto ao Tejo, tendo como fundo o Mosteiro dos Jerónimos e decorreu entre 2 de Julho e 2 de Dezembro de 1940.
A Exposição do Mundo Português foi a maior exposição realizada em Portugal até à Expo 98. Teve como objectivo comemorar o Duplo Centenário da Fundação do Estado Português, em 1140, e da Restauração da Independência, em 1640.
A exposição foi inaugurada em 23 de Junho de 1940 pelo chefe de Estado, Marechal Carmona, acompanhado pelo Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, e pelo ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco.
Incluía pavilhões temáticos relacionados com a história, actividades económicas, cultura, regiões, territórios ultramarinos de Portugal e também um pavilhão do Brasil, único país estrangeiro convidado.
A exposição levou também à construção de outras infraestruturas de apoio, tal como o aeroporto da Portela.







Como as pessoas em 1910 imaginavam que seria o ano 2000


A Biblioteca Nacional de França tem uma impressionante colecção de gravuras feitas em 1910, que retratam o que seria a vida no ano de 2000.



As mensagens seriam fonográficas ...

Existiriam drive-in para carros voadores ...

Existiriam videoconferências ...

Fabricar roupas nunca seria tão fácil ...

Não existiriam funcionários nas obras, somente robôs ...

Os alunos não usariam livros, iriam ouvi-los de acordo com a vontade do professor
(observe a animação do auxiliar)

Os barbeiros seriam robôs ...

Os bombeiros voariam ...

Os carros voariam ...

Os jornais seriam escutados, ao invés de lidos...

Os sapatos teriam motor ...

LISBOA DEBAIXO DE TERRA

Vale a pena ir ver tudo isto que está na net - Lisboa subterrânea....


Lisboa debaixo de terra - As Galerias Romanas da Rua da Prata



Depois de ver este, gostou? Quer ver muito mais? Eu mostro. Aqui:

Lisboa debaixo de terra - A SÉ de Lisboa



Lisboa debaixo de terra - O Aqueduto das Aguas Livres



Lisboa debaixo de terra - Bairro Estrela D'Ouro



Lisboa debaixo de terra - O Teatro Romano



Lisboa debaixo de terra - O Reservatório da Patriarcal



Lisboa debaixo de terra - O Convento de Corpus Christi



Lisboa debaixo de terra - O Aqueduto das Aguas Livres



Lisboa debaixo de terra - O Nucleo Arqueologico da Rua dos Correeiros



Lisboa debaixo de terra - O Padrão do Chão Salgado



Lisboa debaixo de terra - A Muralha Fernandina



Lisboa debaixo de terra - Os Moinhos de Vento



Lisboa debaixo de terra - O Palácio Foz

sexta-feira, 5 de março de 2010

CANCIONEIROS MEDIEVAIS


No período trovadoresco a maior parte das poesias não era escrita, mas cantada, donde vem o nome "cantiga".
Só a partir do final do século XIII, as cantigas foram copiadas e coleccionadas em manuscritos chamados "cancioneiros".

Três desses livros chegaram até os nossos dias:


Cancioneiro da Vaticana

[Fólio+do+Cancioneiro+da+Biblioteca+Apostólica+Vaticana..JPG]

Fólio do Cancioneiro da Vaticana


Foi copiado na Itália, no final do século XV, ou, início do século XVI, encontrando-se depositado na Biblioteca do Vaticano, donde deriva o nome pelo qual é conhecido. Entre as suas 1205 cantigas, há composições de todos os géneros.


Cancioneiro da Biblioteca Nacional

O Cancioneiro da Biblioteca Nacional (outrora chamado Cancioneiro Colocci-Brancuti) é uma colectânea de lirismo trovadoresco galaico-português (cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer), compilado em Itália por volta de 1525-1526 por ordem do humanista Angelo Colocci (1467-1549). Ele numerou 1664 composições e anotou praticamente todo o códice. O manuscrito foi parar vários séculos depois nas mãos do conde Paolo Brancuti di Cagli, de Ancona, que em 1888 o vendeu ao filólogo italiano Ernesto Monaci. Em 1924 foi adquirido pelo Estado Português e depositado na Biblioteca Nacional de Lisboa, de onde colheu o nome pelo qual é hoje conhecido.
Foi redigido em seis diferentes letras, com predominância da letra itálica chanceleresca e letra bastarda cursiva. Das 1664 composições originais chegaram apenas 1560 aos dias atuais. Entre os trovadores presentes salientam-se o Rei Dom Dinis, Dom Sancho I, Dom Pedro conde de Barcelos, Pay Soares de Taveirós, Joham Garcia de Guylhade, Ayras Nunes, Martim Codax, etc

Foi feita pela primeira vez a sua leitura, comentários, notas e glossário, por Elza Paxeco, em colaboração com seu marido, José Pedro Machado. Esta obra ocupa oito volumes e é acompanhada pela reprodução fotocopiada do manuscrito; edição crítica e integral, realizada por Edições Ocidente que a editou, sem quaisquer apoios oficiais ou particulares, em folhas mensais apensas à Revista de Portugal (1949-1964).

Cancioneiro da Ajuda


Miniatura do Cancioneiro da Ajuda

O Cancioneiro da Ajuda é uma coleção de poesias escritas em galego-português datada do final do século XIII, influenciadas pela lírica occitana.
Recebe o seu nome por se conservar na biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. É um códice de pergaminho escrito por uma só pessoa em escrita gótica com miniaturas que ficou incompleto: aparecem os textos poéticos, mas não se terminaram as miniaturas nem se copiou a música — para a qual há um espaço reservado abaixo dos versos da primeira estrofe de cada cantiga. Trata-se duma coletánea que possui 310 composições poéticas, todas cantigas de amor.
As primeiras edições completas datam de 1824 e 1849, embora a edição clássica é a realizada por Carolina Michaëlis no ano 1904.
É o mais antigo dos três principais cancioneiros medievais conservados e o mais fiável de todos por ter sido elaborado na época trovadoresca na corte de Afonso X o Sábio.

terça-feira, 2 de março de 2010

HOTEL AVIS - HOTEL SHERATON


Estão a ver onde se ergue hoje o complexo Sheraton/Imaviz? Em Lisboa, ao Saldanha?



Vejam só como era ali no princípio do século, e até "alguns" anos atrás:



Palacete Silva Graça* (depois Hotel Aviz) e senhoras subindo o troço inicial da Av. 5 de Outubro, Lisboa, post. 1908.
Joshua Benoliel, in Arquivo Fotográfico da C.M.L..


Em 1904, foi construído um palacete, mandado erigir por José Joaquim da Silva Graça, para sua habitação particular, tendo sido desenhado pelo Arquitecto António Abreu.

Em 1919, José Rugeroni, genro do proprietário, adquiriu o palacete.

Em 1931, decidiu converter o palacete, com o jardim e respectivos anexos, num hotel de luxo, radicalmente transformado, segundo orientação do seu proprietário, com a colaboração do Arquitecto Vasco Regaleira e inaugurado, em 24 de Outubro de 1933, com a designação de HOTEL AVIS.

Nele viveu Calouste Gulbenkian até ao seu falecimento.

Antes da inauguração do Hotel Ritz era no Hotel Avis, que se hospedavam os altos dignitários que visitavam Lisboa.

Foi demolido em 1954, assim como o seu jardim envolvente.

Naquela altura, tanto o Hotel Avis como o Palace Hotel do Bussaco constituíam os dois únicos hotéis de luxo em Portugal


*Silva Graça, proprietário e director do jornal "O Século" (extinto por Manuel Alegre, enquanto Secretário de Estado da Comunicação Social).

CHRISTIAN DIOR - HISTÓRIA E CURIOSIDADES



Christian Dior mede a altura da saia, que deveria
ser de 40 cm do chão, segundo a moda de 1952

Um homem tímido e aparentemente comum, Christian Dior (1905-1957) transformou a maneira de se vestir após a Segunda Guerra Mundial e criou o estilo dos anos 50. Quando todos previam simplicidade e o conforto, ele propôs o luxo e a feminilidade extrema, copiados por mulheres do mundo inteiro.

A grife Christian Dior sobreviveu ao seu criador e ainda hoje é sinónimo de luxo e sofisticação. Desde 1997, o inglês John Galliano é quem está à frente das criações da marca.

"Nós saímos de uma época de guerra, de uniformes, de mulheres-soldados, de ombros quadrados e estruturas de boxeador. Eu desenho femmes-fleurs, de ombros doces, bustos suaves, cinturas marcadas e saias que explodem em volumes e camadas. Quero construir os meus vestidos, moldá-los sobre as curvas do corpo. A própria mulher definirá o contorno e o estilo."
Christian Dior

Reprodução
O "tailleur Bar", símbolo da primeira coleção assinada por Christian Dior


"New Look"

Em 1947, Christian Dior apresentou a sua primeira colecção, baptizada de "New Look" pela redatora da revista "Harper's Bazaar" americana, Carmel Snow. Ao contrário da moda prática de Chanel, o "New Look" era, basicamente, composto por saias amplas quase até os tornozelos, cinturas bem marcadas e ombros naturais. Era a volta da mulher feminina e elegante.

O modelo que se tornou o símbolo do "New Look" foi o "tailleur Bar", um casaquinho de seda bege acinturado, ombros naturais e ampla saia preta plissada quase na altura dos tornozelos. Luvas, sapatos de saltos altos e chapéu completavam o figurino impecável. Com essa imagem de glamour, estava definido o padrão dos anos 50.

Em 1997, numa edição comemorativa limitada, a Barbie, boneca mais vendida no mundo, foi vestida com o famoso "tailleur Bar" de Christian Dior.