sábado, 23 de julho de 2011

A FREGUESIA DA AJUDA



É considerada uma das freguesias mais antigas da cidade de Lisboa, tendo sido instituída no 1º quartel do séc. XVI, integrando várias populações onde salientamos a de Alcântara, e a de Belém, transferindo-se nesta mesma data a sede da Freguesia da Ajuda para o Convento da Boa-Hora.
Em 1852 a Freguesia da Ajuda ficou separada do Concelho de Lisboa passando a fazer parte do Concelho de Belém onde se manteve até uma reforma posterior que voltou a incluí-la em Lisboa.
Os primórdios históricos desta Freguesia remontam à época em que a Ajuda não passava de um local despovoado e inculto que ocupava uma dimensão bastante significativa pois estendia-se da Praia de Belém até à Serra de Monsanto.
Que factor contribuiu para que a Freguesia da Ajuda crescesse em termos populacionais?
Segundo a lenda, um pastor que passava por estes lados deparou-se com a imagem da Virgem numa fenda de uma rocha. A notícia desta aparição propagou-se rapidamente contribuindo para a proliferação de manifestações de fé. De todo o lado vieram devotos a adorar a imagem, trazendo oferendas em dinheiro e jóias proporcionando, com os recursos obtidos, a construção, no local onde foi encontrada a imagem, da Ermida de Nª Srª da Ajuda. A partir daqui a Freguesia da Ajuda passou a ser povoada por gente que queria viver sob a protecção do santuário o que levou à construção de tendas de venda, barracas e casas, nascendo assim um povoado que não parou de crescer, devido ao número cada vez maior de devotos e peregrinos que rumavam a estas paragens para adorar a Virgem.

Local onde se erguia a primitiva Ermida de Nossa Senhora da Ajuda. 
Não há nada a assinalar tão importante local...


Este facto veio contribuir para a construção de um templo de devoção maior e melhor que a primitiva igreja.
Catarina, mulher de D. João III era muito devota à Nª Srª da Ajuda, facto que proporcionou o desenvolvimento da Freguesia na medida em que a devoção trouxe a corte a estas paragens levando nobres e fidalgos a construírem as suas casas de campo na Ajuda, tornando-se por isso uma zona de eleição destinada a gente fina e abastada.
Após o terramoto de 1755, vieram instalar-se na Ajuda o rei D.José e a corte. Ocuparam a Quinta de Cima onde foi construído um paço de madeira denominado de a "Régia Barraca". Também a capela foi transferida para uma construída na igreja paroquial de Nª Srª da Ajuda.
Em 1756 transferiram-se para a Ajuda os frades Agostinhos, provenientes do Convento da Boa-Hora, em Lisboa, destruído pelo terramoto. Foi edificado um novo Convento denominado também de Boa-Hora.
Nessa época e por questões de segurança, muitos dos moradores terão escolhido, nessa altura a Ajuda para habitar. Devido a este facto, em 1758, a população tinha passado de 1059 para 4748 habitantes.
Por volta de 1762-1763 a freguesia da Ajuda deixou de ser considerada suburbana, sendo incluída nos limites da cidade.
No que diz respeito à sua estrutura em termos de rede viária, na época os arruamentos eram apenas cinco: Calçada da Ajuda que ligava Alcântara à Ajuda; Travessa da Estopa; Calçada de Nª Srª da Ajuda; Rua das Mercês e Rua da Paz. Os restantes acessos resumiam-se a caminhos ou estradas como por exemplo a Estrada do Penedo (Calçada do Galvão) ou a Estrada da Ajuda para Carnaxide (via Caramão e Caselas).
Existiam muitos terrenos agrícolas, pedreiras, fornos de cal e moinhos.
Em 1768, na Horta da Quinta de Cima, Marquês de Pombal mandou plantar o Jardim Botânico.
Entrada para o Jardim Botânico da Ajuda, na actualidade

Obra do arquitecto Manuel Caetano de Sousa e do jardineiro Júlio Mattiazi
Primeiro jardim do género, no nosso país.
Entre 1766 a 1787 Pina Manique mandou construir o cemitério da Ajuda (junto ao sitio da "Cruz das Sardinheiras"). Este cemitério era destinado a "criados da casa real e pobres da Ajuda e Belém.
A história marcou a Freguesia da Ajuda, por aqui passaram reis e rainhas que deixaram uma herança em termos de património importantes para que seja reconhecida como uma zona turística. Desta herança salientamos o Palácio Nacional da Ajuda.

Palácio Nacional da Ajuda e a estátua do Rei Dom Carlos

Residência do escritor Alexandre Herculano, quando desempenhou
o cargo de bibliotecário da Ajuda (1839-1877)


Torre Sineira, do Galo ou da Ajuda


Construção dos finais do sec. XVIII, atribuída a Manuel Caetano de Sousa.

Fazia parte da igreja que serviu de Capela Real de 1792 a 1834, destruída por um incêndio no século passado.
A Torre com o seu campanário e relógio ficou como símbolo do sítio.



Outra panorâmica da casa de Alexandre Herculano

Por curiosidade, todas aquelas árvores que hoje ali vemos, foram plantadas à pressa nos anos 50, por ocasião da visita da rainha Isabel de Inglaterra, em Feverero de 1957, para tentar esconder o que está bem à vista, aqueles casebres que pouco têm a ver com o palácio...

terça-feira, 10 de maio de 2011

O PÁTIO DA GALÉ



Pátio da Galé
A Praça do Comércio é uma referência iluminista maior entre as congéneres europeias do século XVIII. Desenhado por Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, o projecto foi aprovado pelo Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755.
O Pátio da Galé ocupa a área onde se situavam o Paço Real e a Casa da Índia.
Respeitando a componente patrimonial e histórica do edificado, a intervenção reflecte, em simultâneo, a imagem inovadora e vanguardista associada a Lisboa.
O Pátio da Galé, agora reabilitado, disponibiliza a Sala do Risco - galeria para exposições e eventos - dois restaurantes, uma geladaria, a Lisbon Shop, loja de produtos de merchandising de Lisboa, e um Posto de Turismo.
O Restaurante Terreiro do Paço apresenta confort food de inspiração portuguesa e mediterrânica e o Aura Restaurante + lounge café aposta na cozinha portuguesa contemporânea, enquanto a Geladaria Paço d´Água oferece gelados confeccionados artesanalmente.
Para além da sede do Turismo de Lisboa, no Pátio da Galé encontram-se ainda o Canal Lisboa e a sede da Modalisboa.
O Peixe em Lisboa, actividades do Festival dos Oceanos e a Modalisboa são alguns dos eventos que decorrerão no novo Pátio da Galé.