sexta-feira, 5 de março de 2010

CANCIONEIROS MEDIEVAIS


No período trovadoresco a maior parte das poesias não era escrita, mas cantada, donde vem o nome "cantiga".
Só a partir do final do século XIII, as cantigas foram copiadas e coleccionadas em manuscritos chamados "cancioneiros".

Três desses livros chegaram até os nossos dias:


Cancioneiro da Vaticana

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Fólio do Cancioneiro da Vaticana


Foi copiado na Itália, no final do século XV, ou, início do século XVI, encontrando-se depositado na Biblioteca do Vaticano, donde deriva o nome pelo qual é conhecido. Entre as suas 1205 cantigas, há composições de todos os géneros.


Cancioneiro da Biblioteca Nacional

O Cancioneiro da Biblioteca Nacional (outrora chamado Cancioneiro Colocci-Brancuti) é uma colectânea de lirismo trovadoresco galaico-português (cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer), compilado em Itália por volta de 1525-1526 por ordem do humanista Angelo Colocci (1467-1549). Ele numerou 1664 composições e anotou praticamente todo o códice. O manuscrito foi parar vários séculos depois nas mãos do conde Paolo Brancuti di Cagli, de Ancona, que em 1888 o vendeu ao filólogo italiano Ernesto Monaci. Em 1924 foi adquirido pelo Estado Português e depositado na Biblioteca Nacional de Lisboa, de onde colheu o nome pelo qual é hoje conhecido.
Foi redigido em seis diferentes letras, com predominância da letra itálica chanceleresca e letra bastarda cursiva. Das 1664 composições originais chegaram apenas 1560 aos dias atuais. Entre os trovadores presentes salientam-se o Rei Dom Dinis, Dom Sancho I, Dom Pedro conde de Barcelos, Pay Soares de Taveirós, Joham Garcia de Guylhade, Ayras Nunes, Martim Codax, etc

Foi feita pela primeira vez a sua leitura, comentários, notas e glossário, por Elza Paxeco, em colaboração com seu marido, José Pedro Machado. Esta obra ocupa oito volumes e é acompanhada pela reprodução fotocopiada do manuscrito; edição crítica e integral, realizada por Edições Ocidente que a editou, sem quaisquer apoios oficiais ou particulares, em folhas mensais apensas à Revista de Portugal (1949-1964).

Cancioneiro da Ajuda


Miniatura do Cancioneiro da Ajuda

O Cancioneiro da Ajuda é uma coleção de poesias escritas em galego-português datada do final do século XIII, influenciadas pela lírica occitana.
Recebe o seu nome por se conservar na biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. É um códice de pergaminho escrito por uma só pessoa em escrita gótica com miniaturas que ficou incompleto: aparecem os textos poéticos, mas não se terminaram as miniaturas nem se copiou a música — para a qual há um espaço reservado abaixo dos versos da primeira estrofe de cada cantiga. Trata-se duma coletánea que possui 310 composições poéticas, todas cantigas de amor.
As primeiras edições completas datam de 1824 e 1849, embora a edição clássica é a realizada por Carolina Michaëlis no ano 1904.
É o mais antigo dos três principais cancioneiros medievais conservados e o mais fiável de todos por ter sido elaborado na época trovadoresca na corte de Afonso X o Sábio.

1 comentário:

  1. Gostei do artigo, a senhora que redigiu? gostei de ver os nomes de Dra. Elza e de Dr. José Pedro.

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